Tributação monofásica para autopeças: como funciona e quem está sujeito
A tributação monofásica para autopeças é um regime especial que altera a forma como o PIS e a Cofins são cobrados ao longo da cadeia produtiva.
Esse modelo de tributação tem impactos diretos para fabricantes, importadores, distribuidores e revendedores de autopeças em todo o país.
Compreender esse sistema é fundamental para que empresas do setor de autopeças atuem de forma regular e aproveitem eventuais benefícios fiscais ou evitem autuações.
Neste artigo, vamos explicar como funciona a tributação monofásica para autopeças, quem está sujeito a esse regime e quais cuidados são necessários para operar de maneira correta.
O que é a tributação monofásica?
A tributação monofásica é um regime em que a cobrança do PIS e da Cofins é concentrada em uma única etapa da cadeia de comercialização, geralmente na indústria ou na importação.
Ou seja, o tributo é recolhido de forma antecipada, logo na origem do produto, e as etapas seguintes da cadeia — como atacadistas e varejistas — não têm a obrigação de recolher novamente essas contribuições.
Essa forma de tributação tem como objetivo facilitar a arrecadação e minimizar a evasão fiscal.
Na prática, os impostos já são recolhidos em valores mais elevados por quem fabrica ou importa o produto, e os demais participantes da cadeia não podem se apropriar de créditos de PIS e Cofins relacionados à revenda desses itens.
Como funciona a tributação monofásica para autopeças?
No caso das autopeças, o regime monofásico está regulamentado principalmente pela Lei nº 10.485/2002, que define quais produtos estão sujeitos ao modelo e quais são as alíquotas aplicáveis. A Receita Federal também disponibiliza periodicamente listas com os códigos NCM das autopeças abrangidas pela tributação monofásica.
Nesse regime, os fabricantes e importadores recolhem o PIS e a Cofins com alíquotas majoradas — atualmente 2,3% para o PIS e 10,8% para a Cofins — no momento em que vendem para os distribuidores ou varejistas. Já os revendedores (atacadistas e varejistas) não recolhem esses tributos sobre as vendas das peças, pois a tributação já ocorreu anteriormente.
É importante ressaltar que, além de não recolher, o revendedor também não pode se apropriar de créditos de PIS/Cofins nas aquisições dessas autopeças.
Tabela: Exemplo de alíquotas na tributação monofásica para autopeças
Abaixo está uma tabela comparativa com exemplos de alíquotas praticadas na tributação monofásica para autopeças em comparação com o regime cumulativo e o não cumulativo:
Regime | Fase da Cadeia | PIS (%) | Cofins (%) | Crédito de PIS/Cofins |
Monofásico (autopeças) | Fábrica/Importação | 2,3 | 10,8 | Não |
Monofásico (autopeças) | Atacado/Varejo | 0 | 0 | Não |
Cumulativo (geral) | Todas as etapas | 0,65 | 3 | Não |
Não cumulativo (geral) | Todas as etapas | 1,65 | 7,6 | Sim |
Quais produtos estão sujeitos à tributação monofásica para autopeças?
A lista de autopeças sujeitas à tributação monofásica é extensa e baseada em códigos NCM específicos. A Receita Federal mantém uma tabela com os itens enquadrados, que incluem:
- Bombas de combustível
- Radiadores
- Amortecedores
- Pastilhas e discos de freio
- Rolamentos
- Alternadores
- Motores de partida
- Itens de iluminação automotiva
É fundamental que as empresas mantenham controle rigoroso sobre os NCMs dos produtos comercializados, pois qualquer erro no enquadramento pode gerar problemas fiscais e autuações.
Quem está sujeito à tributação monofásica para autopeças?
Estão sujeitos à tributação monofásica para autopeças os seguintes agentes da cadeia produtiva:
1. Fabricantes e importadores
São os responsáveis pelo recolhimento do PIS e Cofins de forma concentrada. Eles aplicam as alíquotas majoradas e devem observar rigorosamente a legislação vigente para garantir o correto enquadramento dos produtos.
2. Distribuidores e atacadistas
Estes participantes compram as autopeças já tributadas e não devem recolher novamente o PIS/Cofins. Além disso, não podem aproveitar créditos sobre essas aquisições.
3. Varejistas de autopeças
Também estão dispensados do recolhimento do PIS/Cofins sobre as vendas dos produtos sujeitos ao regime monofásico. Contudo, devem manter o controle sobre quais itens estão no regime para fins de apuração e escrituração fiscal.
Cuidados na escrituração fiscal
Um dos principais desafios na tributação monofásica para autopeças é a correta escrituração das notas fiscais. Tanto os distribuidores quanto os varejistas precisam garantir que os itens sujeitos ao regime estejam devidamente identificados.
Na prática, os sistemas de gestão e contabilidade devem estar preparados para:
- Segregar os itens tributados pelo regime monofásico;
- Impedir o aproveitamento indevido de créditos;
- Informar corretamente nas obrigações acessórias (como SPED Contribuições).
Erros na apuração podem gerar autuações da Receita Federal, especialmente em fiscalizações eletrônicas baseadas no cruzamento de dados do SPED.
Como funciona a tributação monofásica na cadeia de autopeças

Benefícios e desafios do regime monofásico
Benefícios:
- Redução da carga burocrática nas etapas seguintes da cadeia;
- Maior previsibilidade sobre o recolhimento de tributos;
- Diminuição da sonegação e aumento da arrecadação.
Desafios:
- Necessidade de controle rigoroso de NCMs;
- Proibição de aproveitamento de créditos, o que pode impactar o caixa;
- Eventuais dúvidas quanto ao correto enquadramento de produtos.
Penalidades por erro no enquadramento
Empresas que deixam de recolher corretamente ou que utilizam créditos indevidos de PIS e Cofins sobre autopeças sujeitas à tributação monofásica podem sofrer autuações fiscais, com multas que podem ultrapassar 75% do valor do tributo devido, além de juros e outras penalidades administrativas.
Atualizações e atenção à legislação
A legislação sobre a tributação monofásica para autopeças pode ser atualizada a qualquer momento, tanto em relação às alíquotas quanto aos produtos abrangidos. Por isso, é essencial acompanhar:
- Instruções normativas da Receita Federal;
- Tabelas atualizadas de NCMs;
- Alterações legislativas relevantes.
Conclusão
A tributação monofásica para autopeças é um modelo que impacta significativamente a forma como fabricantes, distribuidores e varejistas operam no mercado. Apesar de trazer vantagens em termos de simplificação, exige atenção redobrada na escrituração fiscal, controle de produtos e atualização constante sobre a legislação.
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